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A Crise dos 3 Meses ou Crise da Angústia


O cair da ficha de quando você chega em casa com um bebe, principalmente se for o primeiro, demora um pouco. Na maternidade, com todos os médicos e enfermeiras, não parece realmente que esse bebe é seu e que você vai para casa com ele. Os primeiros dias são bem confusos, sentimentos mistos e se você passou por uma cesariana então, tem toda a parte física de recuperação também. No meu caso, Francisco passou uns 10 dias tranquilos acoradando só uma vez na madrugada. Depois disso as noites ficaram mais agitadas, as vezes acordava de 3 em 3 horas, as vezes de 2 em 2. Ele também era um bebê muito chorão durante o dia e difícil de ler. Por mais que quisesse viver ao máximo esse momento e entendê-lo, também desejei muito que os primeiros 3 meses passassem logo. Realmente depois disso tudo fica mais fácil, a rotina do dia já está mais ou menos estabelecida, você conhece os choros.

Um dia recebi uma mensagem da minha prima/amiga Lu companheira de baby que teve filho na mesma semana que eu. Ela me perguntava se o Francisco estava passando pela crise dos 3 meses. Como nunca havia nem ouvido falar, e na semana anterior ele havia passado por um salto de crescimento pensei que poderia ter sido aquilo, mas quando ela me passou as características não identifiquei e meio que deixei pra lá. A crise dos 3 meses, ou crise da angústia no Francisco foi um pouco tardia e durou mais do que normalmente dura. Ele começou a dar sinais no fim do terceiro mês. Me lembro que na primeira crise, fiquei muito assustada e não entendi o que acontecia. Falei com a Lu e ela me acalmou.

Mas o que realmente acontece?

Durante os primeiros três meses o bebê passa por um processo de crescimento acelerado, então cresce (lógico) e ganha peso muito rápido. Depois do terceiro mês ocorre um desaceleramento desse crescimento, o mundo ao seu redor torna-se mais nítido e perceptível, e a visão está mais aprimorada. Com uma visão melhor uma das primeiras coisas que o bebe vê é sua mãe. No entanto, como passou 9 meses dentro da mãe até por volta de 3 meses ele ainda pensa ser parte dela. Dentro desse processo de descobrimento entra o reconhecimento da mãe como um ser separado dele e essa consciência pode ser muito angustiante para o bebê.

Possíveis sintomas: Muito choro, choro gritado. Se o bebê já dormia a noite toda pode passar a acordar.

A minha experiência com a crise: A crise que pode durar no máximo 15 dias, no meu caso durou por volta de quatro semanas. O Francisco estava bem, tranquilo e repentinamente passava a chorar... gritando. Um choro inconsolável, muito alto e difícil de acalmar. As primeiras crises coincidiram com algumas mudanças que tivemos em casa, a princípio pensei ser isso. Mas elas persistiram e ocorriam quase todos os dias. Ao dormir uma soneca, acordava chorando quando percebia que eu não estava perto. Tentava sempre distraí-lo, as vezes o levava pra fora, as vezes dava um banho, muito colo. Um dia estava no shopping e começou, não parava por nada, eu estava no banheiro e tinha que atravessar o shopping todo para sair. Não teve uma loja sequer que não o ouviu, uma pessoa que não me olhou torceu o nariz, horrível a sensação de ser julgada e não poder fazer nada. Demorei horas para sair de lá (uns 5 minutos na verdade) e nada do choro passar. Resultado: fim do passeio, fomos pra casa... :( Quanto ao sono, ele passou a acordar por volta de 5:30 da manhã e isso foi tranquilo. Mas se o bebê já dorme a noite toda ele só precisa de um aconchego e um carinho e voltará a dormir. O mais importante nas fases de crises é dar muito amor e muito colo, sim colo, os bebês precisam de colo, mas isso é assunto para outro texto.

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